A EVIDÊNCIA DO BATISMO NO ESPÍRITO SANTO
O batismo dos crentes no Espírito Santo fica confirmado pela evidência inicial de falar em outras línguas, segundo o Espírito conceda a faculdade de expressar-se - At 2.4. O falar em línguas neste caso é o mesmo em essência que o dom de línguas, 1 Co 12.4-10,28, mas distinto no que respeita o ser propósito e uso.
Notemos que não se trata do batismo do Espírito Santo, porque ele faria do Espírito Santo o agente batizador. Mas João disse o seguinte: “Ele vos batizará com Espírito Santo...”o que constitui uma tradução literal do grego. O Espírito É o elemento no qual somos batizado.
Muitos crentes desfrutam de uma profunda unção do Espírito Santo sem haver recebido a plenitude do batismo. Em Jo 20.22, lemos com respeito a Cristo o seguinte: “E, havendo dito isto, soprou sobre eles, e disse-lhes: Recebei o Espírito Santo”. Não cabe duvida de que receberam um revestimento muito especial do Espírito Santo, mas não se tratava do batismo no Espírito Santo, pois na última reunião do Senhor com seus doze discípulos, lhes ordenou que esperassem na cidade de Jerusalém até que recebessem a promessa do Pai. Em dita oportunidade, o Senhor Jesus lhes disse: “... Mas vós batizados com o Espírito Santo, não muito depois destes dias”. At 1.4,5. Se os discípulos houvessem sido batizados no Espírito Santo, o Senhor não teria ordenado que esperassem o dom prometido. Pode-se aquecer a água a oitenta, noventa e noventa e cinco graus, porém enquanto não chegar a cem graus centígrados não ferverá. Da mesma maneira o homem pode receber diversas unções do Espírito, mas enquanto não tiver recebido a plenitude, não terá experimentado o batismo no Espírito Santo.
O batismo no Espírito Santo não deve confundir-se com a santificação, como fazem muitos, pois em Jo 15.3 lemos o seguinte: “Vós já estais limpos pela palavra que vos tenho falado.” O batismo no Espírito Santo pressupõe que o crente é limpo aos olhos de Deus, e a santificação se diferencia do batismo no Espírito Santo da mesma maneira que o processo de limpar um copo se diferencia do processo de enchê-lo. E no batismo no Espírito Santo o crente é cheio da presença divina.
Este maravilhoso acontecimento experimental denominado Batismo no Espírito Santo é acompanhado de uma prova sobrenatural como o foi na época do Novo Testamento. Tal como se expressa na declaração doutrinária deste capítulo, o batismo no Espírito Santo é acompanhado com o falar de outras línguas, segundo o Espírito dá a faculdade de expressar-se. At 2.4. A mera expressão de gozo exuberante e de abandono à vontade de Deus não é prova suficiente, porque tudo isso pode ser experimentado com freqüência antes de receber o Espírito Santo. Mas quando o Espírito Santo desce em sua plenitude para habitar no crente, Jo 14.16,17, toma possessão do espírito do homem, assim como da sua alma e corpo, os quais se sujeitam então à sua vontade e poder, e o Senhor emprega assim a língua em forma sobrenatural. Esta prova é geralmente muito convincente tanto para os crentes como para os incrédulos, mas independente do sentir dos demais, o que tem recebido o Espírito Santo sabe fora de toda dúvida que seus órgãos vocais estavam sob o domínio do Espírito Santo.
Quando Pedro pregou na casa de Cornélio, e o Espírito Santo desceu sobre todos aqueles que haviam escutado a Palavra, os crentes judeus tiveram que admitir, quase contra a sua própria vontade, que o Espírito Santo havia descido sobre os gentios “pois os ouviam falando em línguas, e engrandecendo a Deus”. At 10.46. Tanto para Pedro como para o restante dos cristãos judeus que estavam presentes ali, o falar em línguas constituía prova suficiente de que Deus havia dado a estes gentios o mesmo dom que havia outorgado no começo aos cento e vinte. Os irmãos na cidade de Jerusalém solicitaram a Pedro uma informação com respeito à sua pregação aos gentios, e logo aceitaram as palavras do apóstolo quando disse: “Então me lembrei da Palavra do Senhor, como disse: João, na verdade, batizou com água, mas vós sereis batizados com o Espírito Santo”. At 11.16.
Em Éfeso Paulo fez a seguinte pergunta a certos discípulos: “Recebestes, porventura, o Espírito Santo quando crestes?” Ela nos sugere que havia crentes que não haviam recebido o Espírito Santo, o qual era um acontecimento experimental de tal magnitude que o crente sabia se o havia recebido ou não. A resposta nos indica que os interrogados estavam em ignorância com respeito ao batismo no Espírito Santo, à semelhança de muitos na atualidade. E depois que Paulo os batizara na água e lhes impôs as mãos, o Espírito Santo desceu sobre eles de maneira que falaram em línguas e profetizaram. At 19.1-7. Se alguém lhes houvesse perguntado então se haviam recebido o Espírito Santo, teriam respondido afirmativamente sem vacilar. E se lhes houvesse inquirido como sabiam que haviam recebido o Espírito Santo, sem dúvida haveriam contestado: “Porque falamos em outras línguas, como o Espírito nos deu faculdades.
No grande avivamento que ocorreu em Samaria não se nos diz que os crentes falaram em outras línguas, mas contudo ocorreu algo tão maravilhoso que Simão o mago ofereceu uma soma considerável pelo poder de outorgar o Espírito Santo. Se os crentes que haviam recebido o Espírito Santo não houvessem expressado mais que gozo, é provável que Simão não houvesse oferecido dinheiro por este dom, mas antes pelo dom de curar. Além disso, os crentes haviam experimentado gozo profundo, ainda antes de receber o batismo no Espírito Santo, At 8.8. Portanto, cremos que a experiência dos discípulos em Samaria, ao receberem o Espírito Santo, foi a mesma que tiveram os discípulos em Jerusalém e em Éfeso.
Nos At 9.17 temos a história de Paulo em circunstâncias que recebe a vista e é cheio do Espírito Santo quando Ananias veio e lhe impôs as mãos dizendo: Saulo, irmão, o Senhor me enviou, a saber o próprio Jesus que te apareceu no caminho por onde vinhas, para que recuperes a vista e fiques cheio do Espírito Santo”. Não se menciona aqui que Paulo falara em língua desconhecida, ou que se registra aqui outra manifestação, mas em 1 Co 14.18 Paulo nos diz: “Dou graças a Deus porque falo em línguas mais do que todos vós”. Ë razoável considerar então que começou a falar em outras línguas quando foi cheio do Espírito Santo.
Em Hb 2.4 lemos o seguinte: “Dando Deus testemunho juntamente com eles, por sinais, prodígios e vários milagres, e por distribuições do Espírito Santo segundo a Sua vontade”. Em Mc 16.17 o Senhor Jesus disse: “Falarão novas línguas”. Não temos informação alguma que os discípulos falassem em novas línguas antes do dia do Pentecostes, mas é evidente, a julgar pelo que nos diz 1 Co 14 e outras passagens, que o falar em línguas constituía uma manifestação freqüente entre os crentes: Tão freqüente que em realidade foi necessário que Paulo regulamentasse seu uso nas reuniões públicas, 1 Co 14.27, como está regulamentado na atualidade em algumas congregações pentecostais. P. C. Nelson relata que pregou trinta e um anos antes de ouvir falar línguas, e nunca lhe foi necessário referir-se a este versículo para limitar o exercício do mencionado dom.
Em virtude de uma informação errônea com respeito aos crente que têm recebido o batismo no Espírito Santo e falam em línguas e o caso do descobrimento do que ensinam as Sagradas Escrituras a respeito, muitos crentes na atualidade tem preconceitos contra o falar em línguas, e proíbem o exercício deste maravilhoso dom do Espírito Santo, em contraposição à ordem específica de Paulo que diz: “Não proibais o falar em línguas.” 1 Co 14.39. “Eu quisera que todos vós falásseis em outras línguas”, ver. 5 “dou graças a Deus, porque falo em outras línguas mais do que todos vós” ver. 18.
A ênfase no dom do Espírito Santo, nas provas de caráter bíblico relativas à sua vinda para habitar no coração do homem, e na necessidade de obedecer o mandamento do Senhor de esperar até ser cheio do Espírito Santo, é portanto baseada na Bíblia. Estima-se de tal maneira este dom que muitas pessoas sofrem menosprezo e afronta de toda natureza pelo privilégio de receber este maravilhoso Espírito da forma que o receberam os cento e vinte no dia de Pentecostes.