Teologia Sistemática 2
Doutrina da Trindade
A doutrina da Trindade consiste num dos grandes mistérios da fé cristã. Em suas confissões indaga Agostinho: “Quem compreende a Trindade Onipotente? E quem não fala dela ainda que não compreenda. É rara a pessoa que ao falar da Santíssima Trindade saiba o que diz. Contendem e discutem. E contudo ninguém contempla esta visão sem ter paz interior”.
As Escrituras ensinam que Deus é um, e que além dele não existe outro Deus. Contudo, a unidade divina é uma unidade composta de três pessoas distintas e divinas, que são: Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo. Não se trata de três deuses independentemente. São três pessoas, mas um só Deus.
Os três cooperam juntos, unidos e num só mesmo propósito, de maneira que no pleno sentido da palavra, são um. O Pai cria, o Filho redime, e o Espírito santifica: e, no entanto, em cada uma dessas operações os três estão presentes.
Noções Gerais sobre a Trindade
A doutrina da Trindade é o supremo ministério da fé cristã. Quanto mais entendemos, tanto mais se alargam os horizontes de nosso conhecimento. Embora nos afigure em grande ministério, é absolutamente verdadeiro que Deus aparece nas Escrituras como um Deus Trino (II Co 13.13).
As dificuldades da Doutrina: Duas são as dificuldades para o estudo dessa doutrina: A palavra “Trindade” não aparece no texto Bíblico; O Antigo Testamento ensina com muita veemência a doutrina da unicidade de Deus.
Definições da palavra Trindade: Trindade é a tríplice manifestação que Deus faz de Si; Trindade é o modo triuno em que Deus existe. A Bíblia revela três pessoas, cada uma divina e distinta em seu ofício. São perfeitamente uma pessoa em caráter e harmonia, e juntas constituem uma divindade, sem nunca serem três deuses.
Importância do Estudo: É muito importante o estudo da doutrina da Trindade, porque: Para conhecer o restante das Escrituras precisamos conhecer a Deus; Conhecendo a Deus, dificilmente nosso aproveitamento será limitado ou falho; A doutrina da Trindade oferece-nos um cálice de doce regozijo, quando podemos entender: Que o Pai está no seu Trono de Glória, regendo o universo; O Filho está entronizado à Sua dextra; O Espírito Santo mora conosco, executando a sublime tarefa da santificação e aperfeiçoamento espiritual da igreja; O Credo Atanasiano: “Adoramos um Deus em Trindade, e Trindade em unidade, não confundir as pessoas, nem separar as substâncias, pois a pessoa do Pai é uma, a do filho é outra, e a do Espírito Santo outra,... tal como é o Pai, no mesmo são o filho e o Espírito Santo”.
O Processo da Revelação: No Antigo Testamento, vemos idéias e conceitos a respeito da Trindade; No Novo Testamento deparamos com uma revelação objetiva (Gl 4.4).
Teorias e Doutrinas Falsas
Existem quatro correntes de opiniões contrárias à Trindade.
Unitarismo: ensina que Cristo é menos que Deus.
Modalismo: ensina que Deus é uma pessoa, e que se manifesta em três modos sendo unipessoal;
Sabelismo: afirma que o Pai, o filho e o Espírito Santo eram apenas estágios da revelação de Deus ao homem e de maneira nenhuma se trata de pessoas distintas umas das outras;
Arianismo: afirma que apenas o Pai é divino e sem princípio. O Filho e o Espírito Santo foram criados depois.
O Ensino Bíblico
A Bíblia ensina que Deus é ao mesmo tempo Uno e Trino: UNO: No que diz respeito à Divindade e TRINO: No que diz respeito à personalidade.
Divindade: Somente há uma divindade.
Personalidade: Cada pessoa possui sua própria personalidade.
Quatro aspectos a serem considerados no estudo dessa doutrina: O Pai, o Filho e o Espírito Santo são três pessoas absolutamente distintas; Nenhuma das três pessoas é a outra; A Divindade pertence a cada uma das três pessoas individualmente; A Divindade dessas maravilhosas pessoas é apenas uma, a qual pertence as três.
A Trindade No Antigo Testamento: Existem muitas afirmações divinas que proclamam a existência e a presença de mais de uma pessoa, a saber: Na criação do homem (Gn 1.26); Na construção da torre de Babel (Gn 11.7); Na revelação de Isaías (Is 6.8). O primeiro versículo da Bíblia oferece argumento à doutrina da Trindade: a) A palavra Deus é a tradução da palavra hebraica “Elohim”, é o nome próprio da forma plural. Existem afirmações diretas que incluem a existência de três pessoas: A bênção tríplice (Nm 6.24-27); A doxologia tríplice (Is 6.3).
A Trindade no Novo Testamento: Nos Evangelhos: No batismo de Jesus (Mt 3.16-17); A Trindade foi ensinada por Jesus: Ele foi enviado pelo Pai; Ele Prometeu enviar o Espírito Santo, na qualidade de advogado, para tomar o seu lugar, consolar, instruir e fortalecer aqueles que Jesus estava deixando; A forma batismal prescrita por Jesus (Mt 28.19). Em Atos dos Apóstolo: Pedro chamou o Espírito Santo literalmente de Deus (At 5.3-4). Nas Epístolas: Na bênção Apostólica (II Co 13.13); Na carta de Pedro (I Pd 1.2); No livro de Judas (Jd 20.21); Na Epístola de João (I Jo 5.7); No Apocalipse (Ap 1.4-5; 4.8).
Tanto no Antigo como no Novo Testamento, títulos divinos são atribuídos, distintamente, às três pessoas da Trindade. Deste modo a Bíblia diz que o Pai é Deus, que o Filho é Deus e que o Espírito também é Deus.
Cada pessoa da Trindade é descrita na Bíblia, como sendo:
Onipresente: O Pai: Jr 23.24; O Filho: Ef 1.20-23; O Espírito Santo - Sl 139.9.
Onipotente: O Pai: Gn 17.1; O Filho : Ap 1.8; O Espírito Santo: Rm 15.19.
Onisciente: O Pai: At 15.18; O Filho: Jo 21.17; O Espírito Santo: 1 Co 2.10;
Criador:O Pai: Gn 1.1; O Filho: Jo 1.3; O Espírito Santo: Jó 33.4.
Eterno: O Pai: Rm 16.16; O Filho: Ap 22.13; O Espírito Santo: Hb 9.14.
Santo: O Pai: Ap 4.8; O Filho: At 3.16; O Espírito Santo: 1 Jo 2.20.
Santificador: O Pai: Jo 10.36; O Filho: Hb 2.11; O Espírito Santo: 1 Pe 1.2.
Fonte de Vida Eterna: O Pai: Rm 6.23; O Filho: Jo 10.28; O Espírito Santo: Gl 6.8.
Ressuscitador dos mortos: O Pai: 1 Co 6.14; O Filho: Jo 2.19; O Espírito Santo: 1 Pe 3.18.
Inspirador dos profetas: O Pai: Hb 1.1; O Filho: 2 Co 13.3; O Espírito Santo: Mc 13.11.
Supridor de ministros à Igreja: O Pai: Jr 3.15; O Filho: Ef 4.11; O Espírito Santo: At 20.28;
Salvador: O Pai 2 Ts 2.13; O Filho: Tt 3.4-6; O Espírito Santo: 1 Pe 1.2;
Na “confissão de Fé Presbiteriana”, encontra-se o que poderia ser tomado como consenso da fé cristã quanto à Trindade Divina: “Na unidade da divindade há três pessoas de uma mesma substância, poder e eternidade - Deus o Pai, Deus o Filho e Deus o Espírito Santo. O Pai não é de ninguém; o Filho é eternamente gerado do Pai; o Espírito Santo é eternamente procedente do Filho”.
Deus Pai:
Nas Escrituras o nome “Pai” nem sempre designa Deus num mesmo sentido. Por exemplo, a Bíblia o apresenta como: a) Pai de toda a Criação; b) Pai de Israel; c) Pai dos crentes; d) Pai de Jesus Cristo. Do universo Deus é Pai por criação, de Israel Ele é Pai por eleição; do crente Ele é Pai por adoção; e de Cristo Ele é Pai por geração.
Deus Filho.
Das três pessoas da Trindade, a única revelada corporalmente aos homens foi a segunda, o Senhor Jesus Cristo.
Muitas afirmações feitas a respeito do Senhor Jeová no Antigo Testamento são interpretadas no Novo Testamento referindo-se profeticamente a Jesus Cristo. Comparando algumas citações do Antigo Testamento com outras do Novo Testamento, haveremos de notar a identidade de Jesus como Deus. Veja isto comparando as seguintes passagens das escrituras:
Isaías 40.3-4 |
Lucas 1.68,69 e 79 |
Êxodo 3.14 |
João 8.56-58 |
Jeremias 17.10 |
Apocalipse 2.26 |
Isaías 60.19 |
Lucas 2.32 |
Isaías 6.10 |
João 12.37-41 |
Isaías 8.12,13 |
1 Pedro 3.14 e 15 |
Números 21.6,7 |
1 Coríntios 10.9 |
Salmo 23.1 |
João 10.11 |
Ezequiel 34.11,12 |
Lucas 19.10 |
Deuteronômio 6.16 |
Mateus 4.10 |
Deus Espírito Santo
O Pai e o Filho dão testemunho de si mesmo; o Espírito Santo porém, jamais dá testemunho de si próprio; contudo, a Bíblia o apresenta como Ser dotado de personalidade. Isto é, o Espírito Santo, possui em si elementos de existência pessoal, em contraste com a existência impessoal.
A Bíblia mostra a personalidade do Espírito Santo quando diz que Ele cria e dá vida, nomeia e comissiona ministros, dirige onde os ministros devem pregar, instrui o que os ministros devem pregar, falou através dos profetas, contende com os pecadores, reprova, consola, nos ajuda em nossas fraquezas, ensina, guia, santifica, testifica de Cristo, tem poder próprio, sonda tudo, age segundo a sua vontade, pode ser entristecido e envergonhado, pode sofrer resistência.
O nome do Espírito Santo aparece associado aos nomes do Pai e do Filho, na comissão apostólica, na operação dos dons espirituais, na Igreja, e na benção apostólica.
Jesus
Cristo no AT
2RS 5.14 “Então, desceu e mergulhou no Jordão sete vezes, conforme a palavra do homem de Deus; e a sua carne tornou, como a carne de um menino, e ficou purificado.”
Um dos ensinos fundamentais do NT é que Jesus Cristo (o Messias) é o cumprimento do AT. O livro de Hebreus mostra que Cristo é o herdeiro de tudo o que Deus falou através dos profetas (Hb 1.1,2). O próprio Jesus asseverou que viera para cumprir a lei e os profetas (Mt 5.17). Após a sua gloriosa ressurreição, Ele demonstrou aos seus seguidores, tendo por base a lei de Moisés, os profetas e os Sls, i.e., as três principais divisões do AT (hebraico) que Deus predissera, há muito tempo, tudo quanto lhe havia sucedido (Lc 24.25-27,44-46). Para melhor compreendermos as profecias do AT a respeito de Jesus Cristo, precisamos ver algo da tipologia bíblica.
Princípios de Tipologia
O estudo cuidadoso do AT revela elementos chamados tipos, (do grego typos) que têm seu cumprimento na vinda do Messias (que é o antitipo); noutras palavras, há uma correspondência entre certas pessoas, eventos, ou coisas do AT e Jesus Cristo no NT. Note-se dois princípios básicos concernentes a essa forma de profecia e seu cumprimento:
Para um trecho do AT prenunciar a Cristo, é preciso sempre analisar o referido trecho como um acontecimento na história divina da redenção, i.e., devemos primeiramente analisar o trecho do AT sob o aspecto histórico, e então ver de que modo ele prenuncia a vinda de Jesus Cristo como o Messias prometido.
É preciso reconhecer que o cumprimento messiânico de um trecho do AT está geralmente num plano espiritual mais elevado do que o evento registrado no AT. Na realidade, os personagens de determinado acontecimento bíblico por certo não perceberam que o que estavam vivenciando era um prenúncio profético sobre o Filho de Deus que um dia viria aqui. Por exemplo, Davi sem dúvida não percebeu que, ao escrever o Sl 22, seu sofrimento era uma forma de profecia do sofrimento de Cristo na cruz. Nem os judeus expatriados e chorosos que passavam pelo túmulo de Raquel em Ramá (Jr 31.15) sabiam que um dia o seu pranto teria cumprimento profético na morte de todos os meninos de dois anos para baixo, em Belém (Mt 2.18). Quase sempre, só à luz do NT é que percebe-se que um trecho do AT é uma profecia a respeito de nosso Senhor.
Categoria de Tipos Proféticos
Há pelo menos quatro formas pelas quais o AT prenuncia e profetiza a vinda de Cristo para o NT:
Textos específicos do AT citados no NT. Certos trechos do AT são manifestamente profecias sobre Cristo, porque o NT os cita como tais. Por exemplo, Mt cita Is 7.14 para comprovar que o AT profetizava aí o nascimento virginal de Cristo (Mt 1.23), e Mq 5.2 para comprovar que Jesus devia nascer em Belém (Mt 2.6). Mc observa aos seus leitores (Mc 1.2,3) que a vinda de João Batista como precursor de Cristo fora profetizada tanto por Is (Is 40.3), quanto por Malaquias (Ml 3.1). Zacarias predisse a entrada triunfante de Jesus em Jerusalém no domingo que precede a Páscoa (Zc 9.9; cf. Mt 21.1-5; Jo 12.14,15). A experiência de Davi, descrita no Sl 22.18, prenuncia os soldados ao derredor da cruz, dividindo entre si as vestes de Jesus (Jo 19.23,24), e sua declaração no Sl 16.8-11 é interpretada como uma clara predição da ressurreição de Jesus (At 2.25-32; 13.35-37). O livro de Hebreus afirma que Melquisedeque (cf. Gn 14.18-20; Sl 110.4) é um tipo de Cristo, nosso eterno Sumo Sacerdote. Muitos outros exemplos poderiam ser citados.
Alusões a passagens do AT pelos escritores do NT. Outra forma de revelação de Cristo no AT consiste em passos do NT que, mesmo sem citação direta, referem-se a pessoas, eventos, ou objetos do AT prefigurando profeticamente a Cristo. Por exemplo, no primeiro de todos os textos proféticos da Bíblia (Gn 3.15), Deus promete que enviará o descendente da mulher para ferir a cabeça da serpente. Certamente, Paulo tinha em mente esse trecho quando declarou que Cristo nasceu de mulher para redimir os que estavam debaixo da lei (Gl 4.4,5; cf. Rm 16.20). Jo, igualmente, declara que o Filho de Deus veio “para desfazer as obras do diabo” (1Jo 3.8). A referência de João Batista a Jesus como Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (Jo 1.29,36), recua a Lv 16 e Is 53.7. A referência de Paulo a Jesus como “nossa páscoa” (1Co 5.7) revela que o sacrifício do cordeiro pascal profetizava a morte de Cristo em nosso favor (Êx 12.1-14). O próprio Jesus declarou que o ato de Moisés, ao levantar a serpente no deserto (Nm 21.4-9) era uma profecia a respeito dEle, quando pendurado na cruz. E quando Jo diz que Jesus, o Verbo de Deus, participou da criação de todas as coisas (Jo 1.1-3), não podemos deixar de pensar em Sl 33.6: “Pela palavra do SENHOR foram feitos os céus” (cf. Hb 1.3,10-12). Essas são apenas algumas das alusões no NT a passos do AT referentes a Cristo.
Pessoas, eventos, ou objetos do AT que apontam para a redenção. O Ex de Israel do Egito, que em todo o AT é visto como o maior evento redentor do antigo concerto, prefigura Cristo e a redenção que Ele efetuou no novo concerto. Alguns tipos do livro de Ex que prenunciam Cristo e sua obra redentora são: Moisés, a Páscoa, a travessia do mar Vermelho, o maná, a água que brotou da rocha, o Tabernáculo com seus pertences e o sumo sacerdote.
Eventos do AT que prefiguram o modo de Deus lidar com o crente em Cristo. Muitos fatos do AT constituem uma das formas de Deus lidar com seu povo, tendo seu real cumprimento em Jesus Cristo. Note os seguintes exemplos: (a) Abraão teve de esperar com paciência por quase vinte e cinco anos até Deus sarar a madre de Sara e lhes dar Isaque. Abraão nada poderia fazer para apressar o nascimento do filho prometido por Deus. Fato idêntico cumpriu-se no NT, quando Deus enviou seu próprio Filho como Salvador do mundo, ao chegar a plenitude dos tempos (Gl 4.4); o ser humano nada podia fazer para apressar esse momento. Nossa salvação é obra única e exclusiva de Deus (cf. Jo 3.16), e jamais pelo esforço humano. (b) Antes dos israelitas serem libertos do Egito pelo poder gracioso de Deus, em aflição eles clamavam por socorro contra seus inimigos (Êx 2.23,24; 3.7). Temos aí um indício profético do plano divino da nossa redenção em Cristo. O pecador, antes do seu livramento pela graça de Deus, do jugo do pecado e dos inimigos espirituais, precisa clamar arrependido e recorrer à graça salvífica de Deus (cf. At 2.37,38; 16.29-32; 17.30,31). Todos aqueles que invocarem o nome do Senhor serão salvos. (c) Quando Naamã, o siro, buscou a cura da sua lepra, recorrendo ao Deus de Israel, recebeu a ordem de lavar-se sete vezes no rio Jordão. Essa ordem inicialmente provocou ira nele, o qual a seguir, humilhou-se e submeteu-se ao banho no Jordão, para ser curado (2Rs 5.1-14). No fato de a graça salvífica de Deus transpor os limites da nação de Israel, temos uma antevisão de Jesus e o novo concerto (cf. Lc 4.27; At 22.21; Rm 15.8-12), e também do fato que, para recebermos a salvação, precisamos renunciar ao orgulho, humilhar-nos diante de Deus (cf. Tg 4.10; 1Pe 5.6) e receber a purificação pelo sangue de Jesus (cf. At 22.16; 1Co 6.11; Tt 3.5; 1Jo 1.7,9; Ap 1.5).
Em resumo: O AT narra histórias de pessoas piedosas que nos servem de modelo e exemplo (cf. 1Co 10.1-13; Hb 11; Tg 5.16-18), mas ele vai além disso; ele (o AT) “nos serviu de aio, para nos conduzir a Cristo, para que, pela fé, fôssemos justificados” (Gl 3.24).
A Pessoa de Jesus Cristo
O Estudo da pessoas de Jesus Cristo se reveste de grande importância. decorrente da sua ligação com o cristianismo, e com a vida de todos quantos nEle crêem e esperam. Neste ponto Cristo se distingue dos fundadores das grandes religiões conhecidas no mundo de hoje. Não há nenhum grau de comparação entre Cristo e Confúncio, Maomé e Buda. O Confuncionismo poderá existir sem Confúncio, o Maometismo sem Maomé , e o Budismo sem Buda. Porém, Cristianismo sem Cristo é inconcebível. O Cristianismo é Cristo e Cristo é o Cristianismo. O Cristianismo não é, primeiramente, uma religião. Antes de qualquer outra coisa, o Cristianismo é um modo de vida, a vida de Jesus posta em ação através da vida dos santos. Cristianismo é “Cristo em vós, a esperança da glória”.
Aqueles que o amam e o servem, conhecem-no pelo nome, como é mostrado a seguir.
Jesus: O nome Jesus é a forma grega do nome hebraico “Jehoshua” - Josué, do qual a forma regular nos livros históricos pós exílicos é Jeshua (Jesus). O nome parece derivar do termo hebraico “salvar”, o que está inteiramente de acordo com a interpretação dada pelo anjo em Mateus 1.21: “E dará a luz um filho e chamará o seu nome JESUS; porque ele salvará o seu povo dos seus pecados”. Este nome foi usado por dois conhecidos personagens, tipos de Jesus no Antigo Testamento. Um deles foi Josué, filho de Num e servidor de Moisés, prefigurando Cristo como o Grande General e Líder real, dando a seu povo a vitória sobre os seus inimigos, conduzindo-os à Terra Prometida. O Outro é Josué, Filho de Jeozedaque, que tipifica o Cristo como sendo o grande sumo sacerdote levando os pecados do seu povo.
Cristo: O nome “Cristo” é o equivalente neo-testamentário de “Messias”, do Antigo Testamento, e significa “Ungido”. Reis e sacerdotes foram regularmente ungidos durante a velha dispensação. O Rei em Israel é chamado o “ungido de Jeová”. O conceito de “Messias” ou “ungido”, inclui três importantes elementos: 1) a designação para um ofício específico; 2) o estabelecimento de uma relação sagrada entre o ungido e Deus: e 3) a comunicação do Espírito Santo de Deus ao que tomou posse do ofício. Cristo foi indicado ou designado para o seu ofício desde a eternidade, mas, historicamente, sua unção se consumou quando foi concebido pelo Espírito Santo, e quando recebeu o Espírito, principalmente por ocasião do batismo. Isto serviu para qualificá-lo para a sua grande comissão.
Filho do Homem: É geralmente admitido que o nome Filho do homem quando aplicado a Cristo, se deriva de Daniel 7.13. O nome “Filho do homem” era uma auto-designação mais comumente usada por Jesus. Ele o usou em mais de quarenta ocasiões, enquanto que outras pessoas quase nunca o empregavam em relação a Cristo, sendo as únicas exceções as indicadas em Jo 12.34; At 7.56 e Ap 1.13;14.14. O nome é, por certo, expressivo à humanidade de Cristo, e é usado, às vezes, em passagens em que Jesus fala de seus sofrimentos e da sua morte; mas é também claramente sugestivo da singularidade de Jesus, de seu caráter sobre-humano e de sua vinda futura com as nuvens do céu em glória celeste. Alguns estudiosos da Bíblia são da opinião de que Jesus dava especial preferência a este nome porque era pouco assimilável para os judeus, e serviria muito bem para ocultar a sua missão messiânica. É mais provável, porém, que Ele o preferiu porque não continha nenhuma sugestão das interpretações errôneas do Messias, interpretações correntes entre os judeus.
Filho de Deus: O nome “Filho de Deus” é usado variadamente no Antigo Testamento. Aplica-se a Israel como nação; ao rei prometido da casa de Davi; aos anjos; e às pessoas piedosas em geral. No Novo Testamento Jesus apropria-se do nome, e os seus discípulos e até os demônios ocasionalmente lhe atribuíram esse nome ou o trataram por ele. O nome, quando aplicado a Cristo, tem sentido diversificado. Por exemplo: 1) No sentido natalício: Serve para designar que a natureza humana de Cristo teve a sua origem na direta atividade sobrenatural de Deus, e, mais particularmente, do Espírito Santo. Em Lucas 1.35, o nome “Filho de Deus” claramente indica este fato. 2) No sentido oficial ou messiânico: Neste caso, o tratamento “Filho de Deus” descreve mais o ofício do que a natureza de Cristo. O Messias é frequentemente chamado o Filho de Deus, como seu herdeiro e representante. Os demônios evidentemente assim usaram esse nome. 3) No sentido trinitário: Aqui o nome “Filho de Deus” serve para designar o Cristo como a segunda pessoa da Trindade augusta. É o sentido mais profundo em que se usa o nome. Jesus mesmo, invariavelmente, emprega o nome nesse sentido específico
Senhor: O nome “Senhor”, quando aplicado a Cristo no Novo Testamento, tem diversos sentidos. Em certos casos é usado simplesmente como forma de tratamento cortês e de respeito. Em tais casos significa pouco mais do que a palavra “Senhor” que se usa com freqüência no tratamento entre os homens. Noutros casos é expressivo de domínio e autoridade, sem indicar algo quanto ao caráter divino de Cristo e sua autoridade em assuntos espirituais e eternos.
O Plano de Deus para o Homem
O Arrependimento
Mt 3.1,2: E, naqueles dias, apareceu João Batista pregando no deserto da Judéia e dizendo: Arrependei-vos, porque é chegado o Reino dos céus.
Mt 3.11: E eu, em verdade vos batizo com água, para o arrependimento; mas aquele que vem após mim é mais poderoso do que eu; não sou digno de levar as suas sandálias; ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo.
Lc 24.46,47: E disse-lhes: Assim está escrito, e assim convinha que o Cristo padecesse e, ao terceiro dia, ressuscitasse dos mortos; e em seu nome, se pregasse o arrependimento e a remissão dos pecados, em todas as nações, começando por Jerusalém.
At 2.38: E disse-lhes Pe: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para perdão dos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo.
At 17.30: Mas Deus, não tendo em conta os tempos da ignorância, anuncia agora a todos os homens, em todo lugar; que se arrependam.
Rm 10.9,10: Se, com a tua boca, confessares ao Senhor Jesus e, em teu coração, creres que Deus o ressuscitou dos mortos, serás salvo. Visto que com o coração se crê para a justiça, e com a boca se faz confissão para a salvação.
A Salvação
Is 45.22: Olhai para mim e sereis salvo, vós, todos os termos da terra; porque eu sou Deus, e não há outro.
Mt 1.21: E ela dará à luz um filho, e lhe porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo dos seus pecados.
Lc 19.10: Porque o Filho do Homem veio buscar e salvar o que se havia perdido.
Jo 3.14-17: E, como Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa que o Filho do Homem seja levantado, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha vida a eterna. Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha vida eterna. Porque Deus enviou seu Filho ao mundo, não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele.
Rm 5.8-11: Mas Deus prova o seu amor para conosco em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores. Logo, muito mais agora, sendo justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira porque, se nós, sendo inimigos, fomos reconciliados com Deus pela morte de seu Filho, muito mais, estando já reconciliados, seremos salvos pela sua vida. E não somente isso, mas também nos gloriamos em Deus por nosso Senhor Jesus Cristo, pelo qual agora agora alcançamos a reconciliação.
Rm 6.23: Porque o salário do pecado é a morte mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus, nosso Senhor.
Hb 9.28: Assim também Cristo, oferecendo-se uma vez, para tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o esperam para a salvação.
O Batismo em Águas
Mt 3.16: E, sendo Jesus batizado, saiu logo da água, e eis que se lhe abriram os céus, e viu o Espírito de Deus descendo como pomba e vindo sobre ele.
Mt 28.19: Portanto, ide, ensinai a todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo.
Mc 16.16: Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado.
At 8.12-16: Mas, como cressem em Filipe, que lhes pregava acerca do Reino de Deus e do nome de Jesus Cristo, se batizavam, tanto homens como mulheres. E creu até o próprio Simão; e, sendo batizado, ficou, de contínuo, com Filipe e, vendo os sinais e as grandes maravilhas que se faziam, estava atônito. Os apóstolos, pois, que estavam em Jerusalém, ouvindo que Samaria recebera a palavra de Deus, enviaram para lá Pedro e João, os quais, tendo descido, oraram por eles para que recebessem o Espírito Santo.(Porque sobre nenhum deles tinha ainda descido, mas somente eram batizados em nome do Senhor Jesus.)
At 10.47,48: Respondeu, então, Pe: Pode alguém, porventura, recusar a água, para que não sejam batizados estes que também receberam, como nós, o Espírito Santo? E mandou que fossem batizados em nome do Senhor. Então, rogaram-lhe que ficasse com eles por alguns dias.
At 19.3-5: Perguntou-lhes, então: Em que sois batizados, então? E eles disseram: No batismo de Jo. Mas Paulo disse: Certamente Jo batizou com o batismo do arrependimento, dizendo ao povo que cresse no que após ele havia de vir, isto é, em Jesus Cristo.E os que ouviram foram batizados em nome do Senhor Jesus.
A Cura Divina
Mt 8.16,17: E, chegada a tarde, trouxeram-lhe muitos endemoninhados, e ele, com a sua palavra, expulsou deles os espíritos e curou todos os que estavam enfermos, para que se cumprisse o que fora dito pelo profeta Isaías, que diz: Ele tomou sobre si as nossas enfermidades e levou as nossas doenças.
Mc 16.17,18: E estes sinais seguirão aos que crerem: em meu nome, expulsarão demônios; falarão novas línguas; pegarão nas serpentes; e, se beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará dano algum; e imporão as mãos sobre os enfermos e os curarão.
Lc 7.21,22: E, na mesma hora, curou muitos de enfermidades, e males, e espíritos maus; e deu vista a muitos cegos. Respondendo, então, Jesus, disse-lhes: Ide e anunciai a João o que tendes visto e ouvido: os cegos vêem, os coxos andam, os leprosos são purificados, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam e aos pobres anuncia-se o evangelho.
Lc 10.9: E curai os enfermos que nela houver e dizei-lhes: É chegado a vós o Reino de Deus.
At 5.12-16: E muitos sinais e prodígios eram feitos entre o povo pelas mãos dos apóstolos. E estavam todos unanimemente no alpendre de Salomão. Quanto aos outros, ninguém ousava ajuntar-se com eles; mas o povo tinha-os em grande estima. E a multidão dos que criam no Senhor, tanto homens como mulheres, crescia cada vez mais, de sorte que transportavam os enfermos para as ruas e os punham em leitos e em camilhas, para que ao menos a sombra de Pe, quando este passasse, cobrisse alguns deles. E até das cidades circunvizinhas concorria muita gente a Jerusalém, conduzindo enfermos e atormentados de espíritos imundos, os quais todos eram curados.
1 Pe 2.24: Levando ele mesmo em seu corpo os nossos pecados sobre o madeiro, para que, mortos para os pecados, pudéssemos viver para a justiça; e pelas suas feridas fostes sarados.
O Batismo no Espírito Santo
Jl 2.28,29: E há de ser que, depois, derramarei o meu Espírito sobre toda a carne, e vossos filhos e vossas filhas profetizarão, os vossos velhos terão sonhos, os vossos jovens terão visões. E também sobre os servos e sobre as servas, naqueles dias, derramarei o meu Espírito.
Mt 3.11: E eu, em verdade, vos batizo com água, para o arrependimento; mas aquele que vem após mim é mais poderoso do que eu; não sou digno de levar as suas sandálias; ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo.
Jo 7.37-39: E, no último dia, o grande dia da festa, Jesus pôs-se em pé e clamou, dizendo: Se alguém tem sede, que venha a mim e beba. Quem crê em mim, como diz a Escritura, rios de água viva correrão do seu ventre. E isso disse ele do Espírito, que haviam de receber os que nele cressem; porque o Espírito Santo ainda não fora dado, por ainda Jesus não ter sido glorificado.
At 2.1-4: Cumprindo-se o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar; e, de repente, veio do céu um som, como de um vento veemente e impetuoso, e encheu toda a casa em que estavam assentados. E foram vistas por eles línguas repartidas, como que de fogo, as quais pousaram sobre cada um deles. E todos foram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem.
At 10.44: E, dizendo Pe ainda estas palavras, caiu o Espírito Santo sobre todos os que ouviam a palavra.
At 19.6: E, impondo-lhes Paulo as mãos, veio sobre eles o Espírito Santo; e falavam línguas e profetizavam.
Rm 14.17: porque o Reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo.
1 Co 12.13: Pois todos nós fomos batizados em um Espírito, formando um corpo, quer judeus, quer gregos, quer servos, quer livres, e todos temos bebido de um Espírito.
A Segunda Vinda de Cristo
Mt 24.27: Porque, assim como o relâmpago sai do oriente e se mostra até ao ocidente, assim será também a vinda do Filho do Homem.
1 Te 4.16,17: Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro; depois, nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor.
Hb 9.28: Assim também Cristo, oferecendo-se uma vez, para tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o esperam para a salvação.
2 Pe 3.10: Mas o Dia do Senhor virá como o ladrão de noite, no qual os céus passarão com grande estrondo, e os elementos, ardendo, se desfarão, e a terra e as obras que nela há se queimarão.
Ap 1.7: Eis que vem com as nuvens, e todo olho o verá, até os mesmos que o traspassaram; e todas as tribos da terra se lamentarão sobre ele. Sim! Amém!
Ap 22.12: E eis que cedo venho, e o meu galardão está comigo para dar a cada um segundo a s